terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Texto de Apresentação

Márcio Cortes


Eu sou o Márcio cortes sou de Beja e tenho 21 anos. Sou um rapaz sociável, e bem comportado. Gosto de me divertir e estar com os meus amigos.
Gosto de ouvir musica e ir a bares, cafés com os meus amigos para meter a conversa em dia e nos divertirmos.
         Escolhi este curso, Energias Renováveis porque é uma área que esta em descobrimento e vai proporcionar muitos centros de empregos neste ramo num futuro mais próximo. Alem disso, esta fonte de recurso é renovável várias vezes, aproveitando sempre o sol como fonte de energia.
Os meus interesses são neste momento praticar desporto, como por exemplo futebol onde jogo num clube, no clube Alvorada de Ervidel. Já jogo a 10 anos futebol, e é um desporto de que eu gosto.
         No fim deste curso irei arranjar um emprego na área que estou a tirar ou então formar eu próprio com alguns amigos uma empresa.
         O que não gosto, não gosto do racismo. Pois somos todos iguais menos a cor, o que mais interessa é o que se passa dentro dessas pessoas. Ah, também odeio politica, não é o meu forte, pois a politica só se trata de uma cambada de aldrabões, que tiram aos pobres para enriquecerem mais os ricos. E todos os dias aumentam impostos e afins.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para ter nota 20:

APRESENTAÇÃO DO E-PORTOFOLIO

 Critérios de avaliação
1- Apresentar a estrutura do trabalho/módulo e a bibliografia e webgrafia consultadas.
2- Salientar referências pertinentes sobre os conteudos do módulo, evidenciando pesquisa.
3- Analisar pormenorizadamente um dos textos de leitura literária
4- Destacar os aspectos revelantes do modulo e as aprendizagens realizadas
5- Expor opiniões fundamentais
6- Utilizar um tom de voz audivel
7- Textualizar com coesão, coerência e progressão
8- Expor em linguagem correcta, adequada a situação e não recorrer a interjeições parasitas
9- Apresentar recursos audio e video que complemetem os textos informativos e as reflexões

10- Cumprir o prazo estipulado

domingo, 19 de dezembro de 2010

Biografia de Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro

Biografia


Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu no dia 03/04/1926 em Lisboa e faleceu no dia 23/07/1993 na mesma cidade. Partiu para Londres com dez anos de idade, acompanhando o pai que exercia as funções de embaixador de Portugal. Regressa a Portugal em 1943, no momento em que o pai é demitido do cargo por Salazar. Licenciou-se em Direito em Lisboa, exercendo a advocacia por pouco tempo. Parte novamente para Londres, tornando-se condutor de Fórmula 2. Regressa a Portugal e colabora em várias publicações, destacando-se a revista Almanaque e o suplemento "A Mosca" do Diário de Lisboa, e cria a secção Guidinha no mesmo jornal. Em 1961, publicou a peça de teatro Felizmente Há Luar, distinguida com o Grande Prémio de Teatro, tendo sido proibida pela censura a sua representação. Só viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional. Foram vendidos 160 mil exemplares da peça, resultando num êxito estrondoso. Foi preso em 1967 pela Pide após a publicação das peças de teatro A Guerra Santa e A Estátua, sátiras que criticavam a ditadura e a guerra colonial. Em 1971, com Artur Ramos, adaptou ao teatro o romance de Eça de Queirós A Relíquia, representada no Teatro Maria Matos. Escreveu o romance inédito Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão, adaptada como novela televisiva em 1982 com o título Chuva na Areia.Obras – Ficção: Um Homem não Chora (romance, 1960), Angústia para o Jantar (romance, 1961), E se for Rapariga Chama-se Custódia (novela, 1966). Teatro: Felizmente Há Luar (1961), Todos os Anos, pela Primavera (1963), Auto da Barca do Motor fora da Borda (1966), A Guerra Santa (1967), A Estátua (1967), As Mãos de Abraão Zacut (1968).

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Felizmente ao Luar" - CLASSIFICAÇÃO



Trata-se de uma drama narrativo de carácter épico que retrata a trágica apoteose do movimento liberal oitocentista, em Portugal. Apresenta as condições da sociedade portuguesa do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas. Segue a linha de Brecht e mostra o mundo e o homem em constante transformação; mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria e a alienação e a denúncia da ausência de moral; alerta para a necessidade de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem.

De acordo com Brecht, Sttau Monteiro proporciona uma análise crítica da sociedade, mostrando a realidade, do modo a levar os espectadores a reagir criticamente e a tomar uma posição.

Personagens / Caracterização

PERSONAGENS:
- GOMES FREIRE: protagonista, embora nunca apareça é evocado através da esperança do povo, das perseguições dos governadores e da revolta da sua mulher e amigos. É acusado de ser o grão-mestre da maçonaria, estrangeirado, soldado brilhante, idolatrado pelo povo. Acredita na justiça e luta pela liberdade. É apresentado como o defensor do povo oprimido; o herói (no entanto, ele acaba como o anti-herói, o herói falhado); símbolo de esperança de liberdade.

- D. MIGUEL FORJAZ: primo de Gomes Freire, assustado com as transformações que não deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio e calculista. Prepotente; autoritário; servil (porque se rebaixa aos outros);  

- PRINCIPAL SOUSA: defende o obscurantismo, é deformado pelo fanatismo religioso; desonesto, corrompido pelo poder eclesiástico, odeia os franceses.

- BERESFORD: cinismo em relação aos portugueses, a Portugal e à sua situação; oportunista; autoritário; mas é bom militar; preocupa-se somente com a sua carreira e com dinheiro; ainda consegue ser minimamente franco e honesto, pois tem a coragem de dizer o que realmente quer, ao contrário dos dois governadores portugueses. É poderoso, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico.

- VICENTE: sarcástico, demagogo, falso humanista, movido pelo interesse da recompensa material, hipócrita, despreza a sua origem e o seu passado; traidor; desleal; acaba por ser um delator que age dessa maneira porque está revoltado com a sua condição social (só desse modo pode ascender socialmente).

- MANUEL: denuncia a opressão a que o povo está sujeito. É o mais consciente dos populares; é corajoso.  

- MATILDE DE MELO: corajosa, exprime romanticamente o seu amor, reage violentamente perante o ódio e as injustiças, sincera, ora desanima, ora se enfurece, ora se revolta, mas luta sempre. Representa uma denúncia da hipocrisia do mundo e dos interesses que se instalam em volta do poder (faceta/discurso social); por outro lado, apresenta-se como mulher dedicada de Gomes Freire, que, numa situação crítica como esta, tem discursos tanto marcados pelo amor, como pelo ódio.

- SOUSA FALCÃO: inseparável amigo, sofre junto de Matilde, assume as mesmas ideias que Gomes Freire, mas não teve a coragem do general. Representa a amizade e a fidelidade; é o único amigo de Gomes Freire de Andrade que aparece na peça; ele representa os poucos amigos que são capazes de lutar por uma causa e por um amigo nos momentos difíceis.
- Frei Diogo: homem sério; representante do clero; honesto – é o contraposto do Principal Sousa.  

Delatores: mesquinhos; oportunistas; hipócritas.
- MIGUEL FORJAZ, BERESFORD e PRINCIPAL SOUSA  perseguem, prendem e mandam executar o General e restantes conspiradores na fogueira. Para eles, a execução à noite, constituía uma forma de avisar e dissuadir os outros revoltosos, mas para MATILDE era uma luz a seguir na luta pela liberdade.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Felizmente ao Luar" - CARACTERÍSTICAS DA OBRA



 
- Personagens psicologicamente densas e vivas
- Comentários irónicos e mordazes
- Denúncia da hipocrisia da sociedade
- Defesa intransigente da justiça social
- Teatro épico: oferece-nos uma análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar, para levar o espectador a reagir criticamente e a tomar uma posição
- Intemporalidade da peça remete-nos para a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a traição, a injustiça e todas as formas de perseguição
- Preocupação com o homem e o seu destino
- Luta contra a miséria e a alienação
- Denúncia a ausência de moral
- Alerta para a necessidade de uma superação com o surgimento de uma sociedade solidária que permitia a verdadeira realização do homem.

As personagens são psicologicamente densas, os comentários irónicos e mordazes e denuncia-se a hipocrisia da sociedade, a luta contra a miséria e a alienação, a preocupação com o Homem e o seu destino. Drama narrativo, de carácter social, na linha de Brecht (exprime a revolta contra o poder, o homem tem o direito e o dever de transformar a sociedade em que vive, com o objectivo de levar o espectador a reagir criticamente).

BRECHT ("Estudos Sobre o Teatro"): propõe um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que se possam fazer juízos de valor.  

Em "FELIZMENTE HÁ LUAR!", as personagens, o espaço e o tempo são trabalhados para que a "distanciação se concretize".

Luta contra a tirania, opressão, traição, injustiça e todas as formas de perseguição.

O dramaturgo através dos gestos, cenários, palavras e didascálicas, leva o público a entender de forma clara a mensagem.

LINGUAGEM: natural, viva e maleável; frases em latim com conotação irónica, frases incompletas por hesitação ou interrupção, marcas características do discurso oral e recurso frequente à ironia e sarcasmo.

Como drama narrativo, pressupõe uma acção apresentada ao espectador e com possibilidade de ser vivida por ele, mas, sobretudo, procura a sua conivência (cumplicidade) ou participação testemunhal.

O carácter narrativo é sinónimo de épico, ao contar determinados acontecimentos que devem ser interpretados, reflectidos e julgados pelo espectador, enquanto elemento da sociedade. Observando Felizmente há Luar, verificamos que são estes os objectivos de Luís de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado, usando-as como pretexto para falar do presente.

O teatro moderno, do qual faz parte esta obra, tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre acontecimentos passados e a tomar posições na sociedade em que se inserem, para tal é usada uma técnica realista/influencia de Brecht – DISTANCIAÇÃO HISTÓRICA – isto é:

- O actor deve conseguir "afastar-se"da personagem
- O espectador deve conseguir "afastar-se" da história narrada

Esta técnica acaba por aproximar o actor e o espectador, de tal modo que ambos se distanciam da historia narrada, podendo assim como pessoas reais fazerem os respectivos juízos ou criticas de forma precisa e consciente sobre o que se passa em palco.

Assim, Luís de Sttau Monteiro, através desta técnica, pretende levar o espectador a ter um olhar crítico para que se aperceber e criticar as injustiças e opressões.

Espaço de "Felizmente ao Luar"

ESPAÇO


Espaço físico: a acção desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores, mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes.
Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela linguagem das várias personagens.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Felizmente ao Luar" - TEMPO

TEMPO


- Tempo histórico: século XIX.
- Tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a oposição e o regime salazarista.
- Tempo da representação: 1h30m/2h.
- Tempo da acção dramática: a acção está concentrada em 2 dias.
- Tempo da narração: informações respeitantes a eventos não dramatizados, ocorridos no passado, mas importantes para o desenrolar da acção.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Felizmente ao Luar" - OS SÍMBOLOS:



Saia verde: A saia encontra-se associada à felicidade e foi comprada numa terra de liberdade: Paris., no Inverno, com o dinheiro da venda de duas medalhas. "alegria no reencontro"; a saia é uma peça eminentemente feminina e o verde encontra-se destinado à esperança de que um dia se reponha a justiça.   Sinal do amor verdadeiro e transformador, pois Matilde, vencendo aparentemente a dor e revolta iniciais, comunica aos outros esperança através desta simples peça de vestuário. O verde é a cor predominante na natureza e dos campos na Primavera, associando-se à força, à fertilidade e à esperança.

Título: duas vezes mencionado, inserido nas falas das personagens (por D.Miguel, que salienta o efeito dissuado das execuções e por Matilde, cujas palavras remetem para um estímulo para que o povo se revolte).

A luz – como metáfora do conhecimento dos valores do futuro (igualdade, fraternidade e liberdade), que possibilita o progresso do mundo, vencendo a escuridão da noite (opressão, falta de liberdade e de esclarecimento), advém quer da fogueira quer do luar. Ambas são a certeza de que o bem e a justiça triunfarão, não obstante todo o sofrimento inerente a eles. Se a luz se encontra associada à vida, à saúde e à felicidade, a noite e as trevas relacionam-se com o mal, a infelicidade, o castigo, a perdição e a morte. A luz representa a esperança num momento trágico.

           Noite: mal, castigo, morte, símbolo do obscurantismo

           Lua: simbolicamente, por estar privada de luz própria, na dependência do Sol e por atravessar fases, mudando de forma, representam: dependência, periodicidade. A luz da lua, devido aos ciclos lunares, também se associa à renovação. A luz do luar é a força extraordinária que permite o conhecimento e a lua poderá simbolizar a passagem da vida para a morte e vice-versa, o que aliás, se relaciona com a crença na vida para além da morte.  
Luar: duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela liberdade.

Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo; Matilde – a chama mantém-se viva e a liberdade há-de chegar.






O fogo é um elemento destruidor e ao mesmo tempo purificador e regenerador, sendo a purificação pela água complementada pela do fogo. Se no presente a fogueira se relaciona com a tristeza e escuridão, no futuro relacionar-se-á com esperança e liberdade.

Moeda de cinco reis – símbolo do desrespeito que os mais poderosos mantinham para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus.

Tambores – símbolo da repressão sempre presente.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Felizmente ao Luar" - A didascália



A peça é rica em referências concretas (sarcasmo, ironia, escárnio, indiferença, galhofa, adulação, desprezo, irritação – normalmente relacionadas com os opressores; tristeza, esperança, medo, desânimo – relacionadas com as personagens oprimidas).

As marcações são abundantes: tons de voz, movimentos, posições, cenários, gestos, vestuário, sons (o som dos tambores, o silêncio, a voz que fala antes de entrar no palco, um sino que toca a rebate, o murmúrio de vozes, o toque de uma campainha, o murmúrio da multidão) e efeitos de luz (o contraste entre a escuridão e a luz; os dois actos terminam em sombra, de acordo, aliás, com o desenlace trágico).

De realçar que a peça termina ao som de fanfarra ("Ouve-se ao longe uma fanfarronada que vai num crescendo de intensidade até cair o pano.") em oposição à luz ("Desaparece o clarão da fogueira."); no entanto, a escuridão não é total, porque "felizmente há luar".

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Felizmente ao Luar" - Paralelismo passado/condições históricas dos anos 60

Paralelismo histórico

Felizmente há luar! é uma peça através da qual o seu autor denuncia o totalitarismo e a violência de Estado, estabelecendo um paralelismo histórico com o período que antecede o Liberalismo. com efeito, o discurso implicito, ao longo da peça, é um discurso duro, de critíca e de análise, sobre um país isolado, ostracizado pela classe dirigente, miserável no ser e no sentir das suas gentes.

1817
Regime absoluto Anti-liberalismo e nacionalismo
Existência da Censura levada a cabo pela Inquisição
Exploração das classes mais baixas que viviam na ignorância
Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria
Sociedade rural, atrasada em relação à Europa
A guerra com os exércitos napoleónicos ainda está presente na memória do povo
Forças repressoras: polícia
Os que se opunham ao governo eram presos e condenados injustamente
O povo e alguns militares portugueses, conscientes da situação em que viviam, tentavam derrubar o governo
Do Conselho de Regência faziam parte membros da Igreja
A Regência assentava numa política maniqueísta
Quem não é por nós é contra nós
Delatores recebiam dinheiro para identificarem presumíveis conspiradores.

1834

Triunfo do Liberalismo

1961
Regime autoritário – Estado Novo
Salazar opõe-se ao liberalismo e defende o nacionalismo
Existência da Censura levada a cabo pelo Comité de Censura
Exploração das classes mais baixas; elevada taxa de analfabetismo
Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria Sociedade rural, atrasada em relação à Europa
Início da guerra colonial, responsável pela emigração e exílio de muitos jovens PIDE: sustentáculo do regime
A condenação sem provas levou muitos militantes anti-fascistas e intelectuais às masmorras da PIDE
Militantes anti-fascistas opõem-se à ditadura procurando mudar o regime
O regime apoiou-se na Igreja Católica
O regime salazarista assentava numa política maniqueísta
Quem não é por nós é contra nós Muitos informantes, pagos para denunciarem, ajudaram o regime.

1974

Triunfo da Democracia


Todavia, o paralelismo histórico é, também, estabelecido ao nível das personagens que, através de um processo de mitificação popular, simboliza o advento da mudança.


Gomes Freire ----- ----------------------Humberto Delgado
Prestígio e Liderança-------------------Oposição e liderança
Ausência ---------------------------------Presença
Símbolo da integridade ----------------Símbolo da mudança
É executado ------------------------------É assassinado
----------Ambos morrem em nome do Estado----------------